O Futuro Das Entrevistas De Emprego

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Um crescente número de empresas vem usando chat bots e inteligência artificial em entrevistas de vídeo. A fim avaliar candidatos de vagas de emprego, que tem esse contato antes até de um recrutador humano. Seria esse o futuro das entrevistas de emprego?

Mas afinal, por que isso seria uma opção importante? Segundo próprios recrutadores, a automatização das entrevistas expande o grupo de candidatos e garantem práticas de contratação mais consistentes. Com isso, é possível eliminar o preconceito que existe nas entrevistas. Porém, os candidatos reclamam que esse processo pode ser desumanizado e estressante.

Para os candidatos, as entrevistas com robôs fazem com que eles se comportem como tal, e acabam arruinando as chances de serem contratados.

Há algum tempo, os recrutadores já utilizam inteligência artificial para automatizar a busca por candidatos ou para avaliar currículo, por exemplo.

Desde a pandemia, as entrevistas de emprego pelo Zoom, Meet ou plataformas similares, se tornaram comuns. Uma pesquisa do Gartner aponta que, 86% das empresas analisadas usam tecnologia no processo de contratação.

Entretanto, as entrevistas conduzidas por IA vão bem além do que já é praticado hoje. Isso porquê, os candidatos, são avaliados por um algoritmo. Além de serem avaliados pelas respostas às perguntas do entrevistador, eles também podem ter suas expressões faciais, entonação da voz e escolha das palavras avaliadas.

E Como Funciona?

Recentemente, uma candidata foi convidada para uma entrevista em vídeo, para uma vaga de emprego de gerente contas de uma startup. A entrevista iniciou com uma mensagem gravada do cofundador da empresa, explicando sobre as missões. Após a mensagem, fizeram apenas quatro perguntas, nas quais ela teria 30 segundos para ler cada pergunta e dois minutos para responder.

Algumas empresas permitem que você tenha uma segunda chance para responder as perguntas. Porém, esse não foi o caso da empresa na qual essa candidata estava participando do processo seletivo. Segundo ela, o processo todo foi desconcertante e desmoralizante.

Para a participante, o candidato está em uma desvantagem enorme, visto que esse formato é uma via de mão única. O fato de ficar presa no relógio e o tempo todo se certificando se estava respondendo a pergunta correta, ela não conseguiu relaxar e ser ela mesma na entrevista. Sem surpresas, uma semana após a entrevista, ela recebeu um e-mail dizendo que não estava sendo considerada para aquela vaga mais. E, ainda não sabe qual foi a forma de avaliação, se uma pessoa do RH viu a entrevista ou se algum algoritmo tomou a decisão.

Outras Pesquisas

De acordo com uma pesquisa publicada pela Harvard Business Review, situações como acima, são motivo de por que esse modelo não tem alcançado as expectativas.

Muitos candidatos não entendem a tecnologia que é usada. Por isso, a tendência era que o comportamento mudasse, mantendo uma postura não natural, olhar fixo e sorriso falso. Ou seja, eles acabam agindo como robôs. Além disso, os sistemas de IA são vulneráveis a preconceitos, assim como humanos. Isso porque os dados podem ser limitados ou devido aos humanos envolvidos nos treinamentos dos modelos de previsão.

Em 2018, a Amazon deixou de usar uma IA que pontuava candidatos depois que os desenvolvedores perceberam que a ferramenta estava discriminando candidatas do sexo feminino.

Apesar de tudo, o ex-CEO e agora consultor, de uma empresa líder de entrevistas por vídeo, diz que tudo está movendo para o chat. Alguém que está procurando por um emprego, pode por exemplo, escanear um QR code de um anúncio de vaga no sábado à noite. Assim, ela inicia uma conversa com o chatbot sobre suas experiências e um convite para uma entrevista de vídeo no domingo. Ou seja, você pode concluir todo processo seletivo no final de semana e já iniciar o trabalho na segunda-feira de manhã.